domingo, 31 de maio de 2015

Maio se encecerra sem a prometida licitação do sistema de transporte coletivo feita pelo prefeito Júnior.

Fim de maio confirma mais uma mentira de Edivaldo Holanda

Com o fim do mês de maio, confirma-se mais uma das grandes mentiras do prefeito de São Luís, comprovando falta de eficiência e o vício em mentir para a população com o fim deliberado de preferir prejudicá-la para não se indispor com um dos setores que efetivamente mandam na cidade (os empresários do setor de transporte), como ficou comprovado no segundo aumento da passagem em menos de um ano.
Não faz muito tempo, mais precisamente no último dia 18 de maio, o próprio pai do prefeito mentiu na Tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão (isso não é caso de quebra de decoro?), ao reafirmar que a licitação do sistema de transporte seria feita ainda este mês: “De acordo com Edivaldo Holanda, com a implantação do sistema de biometria estão sendo criadas todas as condições para a implantação do GPS, que foi um compromisso de campanha do prefeito Edivaldo Junior, além do Bilhete Único, que virá no bojo da licitação, cujo edital deverá ser lançado ainda este mês”, informa o site da Assembleia Legislativa do Maranhão, sobre o pronunciamento do deputado pai do prefeito de São Luís.
Transformam a vítima em bandido

Em uma coisa o deputado Edivaldo Holanda tem razão em seu pronunciamento, como diz também a matéria do site da Assembleia: “A situação não é simples, informou Edivaldo Holanda, porque mexe com muitos interesses contrariados”.
Entretanto, ao contrário do que diz o pai do prefeito, a disposição da administração municipal é criminalizar a população, e não mexer com os que teriam, verdadeiramente, interesses contrariados caso a Prefeitura agisse em defesa da população, e não dos empresários.
O deputado disse que a implantação da tal biometria, apontada em seu discurso como um grande benefício (na verdade uma forma de controlar a população) daria as bases para que promessas como a da licitação – que sairia ainda em maio (mentira agora comprovada) –, a do GPS nos ônibus e a da implantação do bilhete único fossem cumpridas.
Vale lembrar que, em entrevista concedida a uma emissora de TV ainda antes de sua posse, o então prefeito eleito afirmara que “Uma das primeiras medidas que iremos tomar e é uma discussão antiga em São Luís, é a licitação das linhas de ônibus da nossa cidade. Há uma relação entre o poder público e os empresários aonde o poder público não pode cobrar da forma como deveria. Há um contrato a título precário, então, fazer a licitação das linhas de ônibus aqui em São Luís. Estabelecer metas de qualidade é fundamental para isso, para que possa dar, claro, qualidade ao nosso transporte coletivo. Nós sabemos que São Luís tem quase 700 mil usuários do transporte coletivo. Coletivos que não são bem tratados e que a nossa missão é dar um transporte público coletivo de qualidade à nossa cidade”. Mas, até hoje, com mais da metade de mandato de Edivaldo Júnior, São Luís ainda não viu serem tomadas essas que seriam as primeiras medidas, como ele anunciou.
Em seu pomposo pronunciamento na Assembleia, o pai do prefeito, ao contrário do que dizia seu filho antes da posse, mostrou que, no lugar dessa firme posição de enfrentar os “interesses contrariados”, o que se faz é culpar a população – que na verdade é vítima – pelo caos do sistema. Ele chegou a afirmar que a tal biometria combaterá fraudes que seriam responsáveis pelos sucessivos aumentos da passagem – uma meia verdade, já que até hoje a prefeitura não teve a coragem de agir com transparência e mostrar a contabilidade do sistema de transporte por inteira.
O próprio eterno secretário de Trânsito e Transportes, Canindé Barros, chegou a afirmar ao jornal “O Imparcial” que 500 mil pessoas fraudam o sistema. Isso é afirmar que metade da cidade pratica um crime, uma verdadeira calúnia a toda a cidade, falada sem o menor constrangimento!
Entretanto, os dados são refutados pela própria defesa que eles fazem da implantação da biometria, que teria reduzido em 7% as tais fraudes, ou seja, um número muito menor que o apontado por quem chama a população de bandida, em vez de procurar os criminosos contra o sistema de transporte entre aqueles que o operam na ilegalidade, caso das empresas de ônibus acobertadas pela prefeitura (se elas operam um serviço público que não lhes foi concedido, já que não houve licitação, elas estão, obviamente na ilegalidade, e o poder público as defende!).
Falta de licitação pode revelar temor de ser enquadrado pela lei

Se a licitação não sai, talvez um dos motivos seja fugir das regras a que estão obrigados, tanto o poder público concessionário quanto os concorrentes a essa concessão.
Ou seja: caso se abra realmente uma licitação para o sistema de transporte, qualquer tentativa de beneficiar as empresas que atualmente operam o sistema pode render grandes dores de cabeça para os administradores públicos, já que há regras claras que devem ser obedecidas dentro dessa modalidade. Caso isso não ocorra, e alguém seja beneficiado, isso pode render processos que vão desde a cassação do mandato com perda de direitos políticos a até mesmo prisão dos envolvidos. Um caso recente e exemplar é a condenação do ex-prefeito João Castelo, por ter favorecido uma empresa que participou de licitação para asfaltar vias da capital (o processo ainda não foi concluído, mas é um alerta e, queira Deus, resulte em efetiva condenação).
Talvez outro motivo para que ninguém até hoje tenha feito a licitação seja a pressão das atuais empresas operadoras, que poderiam ter, para usar as palavras do deputado Edivaldo (pai), seus interesses contrariados.
O que a divulgação das tais fraudes pode revelar, mas as autoridades fazem questão de ocultar

Um dado revelado pela própria divulgação dos tais resultados positivos da biometria (positivos para as empresas e seus defensores na prefeitura e demais esferas do poder público, não para a população), e que não é apontado pelas autoridades é a montanha de dinheiro que essas empresas ilegais ganham com o caro e horrível transporte público de São Luís:
Ora, se apenas 7% dos usuários fraudam o sistema, como apontaram matérias jornalísticas plantadas pela Prefeitura, e mesmo assim se conseguiu evitar fraude de 500 mil passagens, imagine quantos milhões de passagens representam os 93% que não são fraudadas, boa parte delas pagas integralmente pela população (as que não tem benefício de gratuidade ou de meia-passagem, por exemplo)?
É esse o montante que as empresas escondem, contando, para isso, com a cumplicidade e a conivência de todos os que sentaram na principal cadeira do Palácio La Ravardiére.
As próprias falas dos defensores desse sistema nebuloso do transporte da capital, que oprime e massacra os usuários, geram respostas da população, que não digere facilmente esses engodos: lendo os comentários, na Internet, das matérias que contam as vantagens da tal biometria implantada pela Prefeitura, é possível ver a reação dos usuários: uns apontam que, já que se combateu as fraudes, por que então a passagem continua cara (se as irregularidades eram o motivo do aumento). A isso, o silêncio dos administradores públicos mostra que os reais motivos dos sucessivos aumentos são outros, nunca revelados.
Quanto ganham os que se aproveitam do nosso sofrimento nos ônibus

Em aula pública realizada no centro de São Luís, usando uma metodologia adaptada da elaborada pelo Movimento Passe Livre (de São Paulo), a Frente de Lutas Contra o Aumento da Passagem demonstrou que, descontando-se as despesas, a montanha de dinheiro embolsada pelos que lucram com o sofrimento dos usuários é de aproximadamente vinte e cinco milhões de reais mensais, dado que a prefeitura não tem como refutar, já que não apresenta a planilha de custos do setor.

Bravatas das Tribunas tentam responder às ruas, atestando a pressão dos movimentos contra essa exploração

Uma coisa de realmente positiva pode ser tirada dos pronunciamentos mentirosos que defendem a leviandade da Prefeitura em relação ao transporte:
Todos eles tentam dar resposta à insatisfação da população, que já foi às ruas contra o aumento em diversos atos que aconteceram na capital, reunindo milhares de trabalhadores e estudantes, muitos tendo sido inclusive duramente reprimidos pela polícia militar do governo do estado e pela guarda municipal de São Luís.
Isso mostra que a fórmula de reagir a esse verdadeiro assalto, e não o aceitar, é o caminho para combatê-lo com eficácia, pois empareda os que se põem a mentir, dizendo que defendem os interesses da coletividade, quando na verdade o que querem é somente manter-se, todos eles, no poder, para, de lá, continuar a representar interesses ocultos.
É claro que muito ainda há de se lutar contra o que está encoberto. Uma forma é fortalecendo o ato do próximo dia 8, dessa vez para lembrar que a população está refém de um poder público ineficiente, tanto para lhe defender os interesses, quanto para garantir segurança no transporte coletivo. Nessa data, será lembrando um mês da triste morte de um estudante assaltado dentro de um ônibus. Assaltos a ônibus, infelizmente, acontecem frequentemente em São Luís.
Se muito ainda está encoberto, pelo menos este fim do mês de maio traz mais uma coisa à luz: a mentira da Prefeitura, de que realizaria, ainda este mês, a licitação para as linhas de ônibus da capital, cuja operação continua, infelizmente, da mesma forma como sempre foi feita pelas empresas que atuam no setor: na irregularidade.
Veja os links com as matérias que trazem os dados citados neste texto:

Deputado Edivaldo Holanda afirma que edital de licitação do transporte será lançado em maio

domingo, 24 de maio de 2015

População se articula pela redução da passagem e melhoria da qualidade do serviço de transporte coletivo


Atividades culturais marcam a organização do Movimento Contra o Aumento da Passagem dos Ônibus em São Luís. Artistas, músicos, fotógrafos, palestrantes e participantes se integraram, dia 30 de Abril, na Praça Deodoro, para a discussão dos assuntos referentes ao transporte público na capital.

O evento teve início com uma Aula Pública sobre gastos e arrecadações da prefeitura e empresários, no setor do transporte público, bem como sobre o papel do usuário na reivindicação de melhorias da qualidade deste serviço.

A Aula Pública foi ministrada pelo cientista social Bruno Rogens, professor da UFMA, que a partir de dados da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte, apontou que o sistema arrecada mais de 25 milhões por mês, o que dá condições reais para melhorar o planejamento das atividades do setor a fim de reduzir a superlotação, atrasos, engarrafamentos e aumentos.

O palestrante destacou ainda o Monopólio que a empresa Taguatur detém na área Itaqui Bacanga, argumentando que há a necessidade de uma maior interferência da SMTT para acelerar o processo de licitação e concorrência entre outras empresas.

Ressaltou que o ideal seria pensar uma empresa pública para gerir o transporte público, o que só seria possível se a prefeitura assumisse o total controle da administração do setor.

Outra crítica se dá à precariedade dos ônibus, pois a frota é considerada antiga e muitos veículos não deveriam estar circulando.

Foi questionado pelos presentes o modelo de sistema que temos hoje e a ‘política do violino’ adotada pelo prefeito Edivaldo Holanda: que, segundo um participante, assim como um violinista, o prefeito ‘segura com a mão esquerda’ e ‘toca com a direita’, como alusão a uma política que se adequa a quem está no poder e a quem é da oposição.

Uma exposição fotográfica sobre o sofrimento das pessoas nos terminais da Integração e em ônibus superlotados coloriu a paisagem local.

Houve ainda a participação do Movimento de HIP HOP Organizado do Maranhão, Quilombo Urbano, com apresentação de músicas de protesto e reivindicação dos direitos dos trabalhadores e das pessoas marginalizadas pela sociedade, ressaltando que estes são os mais prejudicados com o aumento da passagem.

A cantora Tássia Campos também marcou presença na discussão com apresentações musicais e opiniões sobre o movimento.

A iniciativa é de livre participação para artistas e usuários do transporte público (e não usuários) e todos que se sentirem desrespeitados com a situação atual.

O Movimento Contra o Aumento da Passagem do Transporte Público de São Luís convida todos à participarem das reuniões de pela redução do valor da passagem.

Compareçam, a sua presença é fundamental!

Retirado do blog http://rp-com.blogspot.com.br/





segunda-feira, 11 de maio de 2015

Transporte Público, Mobilidade Urbana e Reforma Urbana: Uma proposta para a grande ilha!!!




Vamos aproveitar este espaço para publicar a proposta de pauta apresentada por ocasião da Assembleia Popular de São Luís no ano de 2013 no grupo de discussão transporte público, mobilidade urbana e reforma urbana. Como as pautas convergem com as da Frente de Lutas contra o aumento da passagem e alguns membros da atual frente também compuseram a Assembleia Popular publicaremos aqui como forma de contruibuir com o debate público de tão importante temática para a nossa cidade no momento atual bem como para a memória histórica da luta e da resistência contra o arrastão do capital imobiliário e da ganância dos donos de empresas de ônibus de São Luís.



GD TRANSPORTE PÚBLICO, MOBILIDADE E REFORMA URBANA


TRANSPORTE PÚBLICO:

Objetivo Estratégico: Garantir o transporte público, gratuito e de qualidade em São Luís


Meta a longo prazo: Efetivar a Tarifa Zero em São Luís

Meta a médio prazo: Implantar o Passe Livre para a Juventude em São Luís

Metas à curto prazo: Reinvidicar a implantação do bilhete único; garantir a transparência no cálculo das tarifas de transporte; lutar pela reorganização e licitação das linhas de ônibus de São Luís; lutar pela conferência municipal de transporte público e criação do conselho municipal de transporte com caráter deliberativo e maioria das organizações populares.


Metodologia Organizativa: Processo de participação direta de cidadãos e cidadãos, por meio de Assembleias Populares, via GD de Transporte Público, Mobilidade e Reforma Urbana e articulações nos bairros da cidade.


Ações imediatas: Realizar o seminário de formação sobre a Tarifa Zero e o Passe Livre.



REFORMA URBANA:

A cidade, além de ser espaço autônomo, é também local de regulação do que se faz no campo, na medida em que os dois ambientes estão interligados e que o fluxo estrutural que ocorre em um, fatalmente criará efeitos no outro.

Nesse sentido, o fenômeno da urbanização, enquanto elemento essencial de mudança e de construção da cidade representa um processo de aumento populacional desta em relação ao campo, bem como de estruturação de novos equipamentos (transporte, saneamento, saúde, comunicação, etc.) no espaço urbano, de modo a suportar as mudanças advindas da industrialização e da criação de novas tecnologias.

No Brasil, tal processo está diretamente ligado com o modelo de desenvolvimento capitalista implementado no país. O crescimento econômico e social gerado para poucos, traduz-se em completa exclusão para a grande maioria da população, com a formação de grandes contingentes sem acesso a direitos fundamentais sociais básicos: trabalhista, previdenciário, social, moradia e saneamento.

Nos anos 90, houve a afirmação e o aprofundamento do neoliberalismo, o que apenas contribuiu para acirrar as desigualdades sociais. Como consequência desse processo de urbanização e de modelo de desenvolvimento, o Brasil chega aos anos 2000 como um país marcadamente contraditório. Por um lado, uma das maiores economias do mundo. Por outro, é recordista em dados negativos no campo da saúde, alimentação, educação, moradia, concentração de renda.

No que se refere especificamente à cidade, a disputa pelo solo urbano é um dos principais causadores de conflitos sociais contemporâneos. Ocupações e despejos forçados são situações cotidianas porque passam milhares de brasileiros, buscando garantir minimamente dignidade de vida. A cidade, assim, se constrói em dois planos, o formal e o informal. No plano formal, é regida pelas leis de zoneamento e parcelamento do solo, pela legalidade rígida. No plano informal, cresce à margem desta legalidade, dos registros e cadastramentos públicos, em encostas de morros, em áreas ambientalmente vulneráveis. Nestas duas esferas, entretanto, quem dita as regras são os grandes empresários, deixando os cidadãos ao sabor dos interesses dos empreendimentos imobiliários, que determinam onde serão os investimentos públicos e privados, gerando assim, uma imensa fragilidade para quem depende da proteção do Poder Público.

Nesse contexto, a pauta da reforma urbana vem ganhando cada vez mais espaço. Desde o período da Constituinte de 1988, há uma grande articulação entre movimentos sociais de luta por moradia e profissionais de diversas áreas do conhecimento. Em síntese, os pontos centrais pautados pela agenda da reforma urbana são: efetivação da função social da cidade e da propriedade, reconhecimento dos direitos de posse a moradores de favelas e assentamentos irregulares, incorporação direta dos cidadãos aos processos decisórios da política urbana.

Os principais avanços conquistados nesse campo foram a inserção de um capítulo específico na Constituição sobre a política urbana e a criação do Estatuto da Cidade em 2001, que se consagrou como um importante marco regulatório, uma vez que instituiu diretrizes e instrumentos de cumprimento da função social da cidade e da propriedade urbana, do direito à cidade e da democratização de sua gestão.

Nos últimos dez anos, houve a criação do Ministério das Cidades e, em virtude da obrigatoriedade de implementação de planos diretores em inúmeros municípios brasileiros, foi fortalecida a construção de espaços públicos locais de discussões sobre o planejamento e desenvolvimento urbano.

Porém, apesar desse claro avanço, o que se vê na prática, no cotidiano do Brasil e do Maranhão, é uma realidade assustadora. As conquistas jurídicas não foram suficientes para barrar o avanço do capital imobiliário, que determina quais são os espaços para o mercado, excluindo das áreas centrais das cidades um contingente enorme de pessoas, que são obrigadas a viver nas regiões mais periféricas, sujeitando-se a uma situação de completa insegurança jurídica da posse, já que não tem condição de pagar pelo alto valor que hoje adquiriu a propriedade urbana, possível espaço de efetivação do direito fundamental à moradia.

A ilha de São Luís, composta pelos municípios de Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Raposa e São Luís, não destoa dessa realidade. Há uma intensa concentração de investimentos imobiliários pelo mercado hegemônico nas regiões litorâneas, enquanto grande parte da cidade se constrói de maneira informal e precária. O que ocorre é a formação de ilhas de modernidade cercadas por enormes áreas de não-cidade. Nesse sentido, os problemas da segregação espacial, de degradação do meio ambiente, de crise habitacional e do acesso informal à moradia e à cidade têm se mostrado presentes na realidade maranhense.

Um dos municípios da ilha que possui uma das realidades mais precárias é Paço do Lumiar. No município de, aproximadamente, 100 mil habitantes é muito débil o número daqueles que têm sua situação habitacional regularizada. Não bastasse a insegurança jurídica da circunstância, a ameaça constante de despejos forçados que inúmeras comunidades sofrem ainda se agrava devido a pressões do mercado imobiliário, dada a proximidade com a capital. Grande parte de seu território se apresenta como extensão da área litorânea de São Luís e tem sido visada para a construção de condomínios de luxo.

A partir deste cenário, a Assembleia Popular da Ilha, representada pelo Grupo de Trabalho (GT) “Transporte, Mobilidade e Reforma Urbana”, vem, por meio deste documento, exigir das autoridades públicas locais as seguintes medidas:

    Em médio/longo prazo:


    garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações (art. 2º, I, Lei 10.257/01);

    gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano (art. 2º, II, Lei 10.257/01);

     oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais (art. 2º, V, Lei 10.257/01);

    regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais (art. 2º,XIV, Lei 10.257/01);

    adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais (art. 2º, X, Lei 10.257/01);

    audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população (art. 2º, XIII, Lei 10.257/01);

    concretização de todas as normas e princípios do Estatuto da Cidade;

    efetivação da função social da propriedade;

    reconhecimento dos direitos de moradia adequada e de posse a moradores de favelas e assentamentos irregulares;

Breve histórico do aumento da passagem nos ônibus coletivos de São Luís.

Em 1994, a tarifa em São Luís era de R$0,40; em 2002, R$1,50.
Em 2008, na sua segunda gestão, Tadeu Palácio recorreu ao STJ da decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), que não suspendeu a liminar favorável ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET) para aumentar o preço das passagens de ônibus em São Luís. Mesmo com a isenção do Imposto sobre Serviços (ISS) às empresas de transporte coletivo, concedido pela Prefeitura de São Luís por meio de projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal, os empresários do setor queriam reajustar o preço das passagens em 14,47%. Com isso, as tarifas de R$ 1,70 passariam a custar R$ 1,95. Segundo o procurador, os empresários também brigavam na justiça para acabar com a gratuidade destinada a pessoas de 60 a 64 anos que são desempregadas. “São Luís é a única capital brasileira a conceder a gratuidade a essas pessoas que estão desempregadas e já estão na faixa dos 60 a 64 anos. Foram realizadas várias iniciativas: a integração do sistema de transporte coletivo, com a construção dos terminais de integração, que garantiram que a população circulasse na cidade pagando apenas uma única passagem. Em 2004, na primeira gestão, a passagem aumenta de R$1,50 para R$1,70. Depois, foi implantada em Março de 2007 o sistema de bilhetagem eletrônica. O ex-prefeito diz que na sua gestão não houve greve, mas teve sim, com metade da frota circulando. E jura que não teve aumento tarifário durante 2004 e 2010. Mentira de novo. Foi concedido aumento de tarifas no nível I, II e III no dia 13 de Maio de 2006.
Em Fevereiro de 2010, a Prefeitura de São Luís na gestão João Castelo, condicionou um aumento médio de 21,59% na tarifa de ônibus em São Luís à ampliação da frota em mais 300 veículos. Em agosto daquele ano, a Prefeitura afirmou que conseguiu fazer cumprir o acordo ao serem adicionados 312 coletivos ao sistema. Conforme os dados divulgados em pelo Município, São Luís teria 1.108 ônibus em circulação. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Transportes Rodoviários de São Luís, Dorival Silva, questionou essa ampliação da frota. Segundo ele, a confirmação de que não houve um aumento real na frota de ônibus estava no número de motoristas, fiscais e cobradores contratados desde então. "Se há aumento da frota, tem de aumentar também a quantidade de trabalhadores. E isso não aconteceu", frisou. "Alguns destes ônibus foram substituídos, o que é diferente de ampliação de frota". Dorival Silva afirmou ainda que a quebra de ônibus é um problema vivido por muitos motoristas diariamente. O problema é que nem sempre eles denunciam, senão é demissão. Com o aumento de passagem determinado em 2010 pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), a tarifa nível I passou de R$ 1,10 para R$1,30; tarifa nível II de R$ 1,30 para R$ 1,60 e a integrada de R$ 1,70 para R$ 2,10. As empresas tinham um prazo de 10 meses para cumprir o acordo. Mas os novos ônibus terminaram de ser incorporados apenas oito meses depois do fim do prazo.
Além de lesivo ao bolso dos usuários, o aumento foi determinado de forma autoritária pelo prefeito João Castelo. Vale lembrar que o aumento das passagens foi duas vezes maior do que o recente aumento do salário mínimo, o que significa que as famílias de São Luís terão perda real de renda. Na campanha eleitoral de 2008, o então candidato João Castelo assegurou que no seu governo não aumentaria a tarifa dos transportes coletivos de São Luís.
Desde que assumiu o mandato em 2013, Edivaldo Júnior tem se esquivado de manter o compromisso assumido na campanha eleitoral de 2012, quando também afirmou que o valor atualmente cobrado pelas empresas que operam o transporte coletivo do município não iria aumentar. Eleito, a primeira polêmica do novo governo começou antes mesmo da posse do prefeito, vice e do seu secretariado. Em janeiro, o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB), afirmou em uma entrevista que, diante do que chamou de ‘crise no sistema de transporte público’, havia a urgente necessidade de reajustar a tarifa de ônibus. Holanda Júnior fez promessas genéricas sobre transporte e trânsito em sua campanha. Dentre elas, a do Bilhete Único, nunca mais tratado por ele. Rocha diz que a licitação não pode ocorrer sem o reajuste das passagens. "Se for fazer uma licitação com tarifa de R$ 2,10 quem é que comparece? Qual empresa no Brasil terá interesse em concorrer com uma tarifa nesse valor? Nenhuma".
Um mês depois, no dia 11 de fevereiro, acionada por estudantes, a promotora de Defesa do Consumidor do Maranhão, Lítia Cavalcanti, teve de intervir ao classificar como ilegal o aumento de 23,5% no valor das passagens de ônibus, determinado pela Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT). Não fosse a ação rápida do Ministério Público do Estado do Maranhão (MP/MA), a população ludovicense já estaria pagando mais caro pela passagem de ônibus deste então. De acordo com Lítia Cavalcanti, um aumento da tarifa pública não podia ser justificado apenas pelo déficit orçamentário das empresas de transporte ou pela perspectiva de aumento da frota de coletivos da capital. Para evitar então o aumento, a prefeitura se comprometeu a repassar, em caráter indenizatório, o percentual de 6,60% do custo total do sistema de transporte rodoviário municipal ao sindicato das empresas de ônibus da capital. Ainda assim, há uma semana, o SET voltou a pressionar o município para que eleve a tarifa antes do final do mês. Segunda tarifa de ônibus mais cara da Região Nordeste [considerada a tarifa do sistema integrado, perde apenas para Salvador], o município pode ser a próxima capital do País a elevar o valor da passagem, apesar da possibilidade econômica de fazer o contrário, desde o dia 1 junho, quando a presidente Dilma Roussef assinou a Medida Provisória 617, que zera o pagamento do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) de empresas de ônibus urbano. Em contrapartida ao SET e à prefeitura, usuários do transporte público na capital denunciam que os empresários não investem adequadamente no sistema, e se queixam quanto à qualidade oferecida.
Em Março de 2015, o Procon-MA e o Ministério Público notificaram a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) e o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) de São Luís pelo aumento nas tarifas de ônibus que entrou em vigor no último domingo (29). O aumento não respeitou a legislação, que exige que haja audiência pública e o decreto que autoriza o aumento não foi publicado. Já foram 39% de aumento nos últimos nove meses. O último reajuste havia sido anunciado em Junho de 2014, após 16 dias de greve dos rodoviários. O valor da passagem aumentou de R$ 2,10 para R$ 2,40 em Junho de 2014. Na ocasião, o aumento foi de 23% (R$ 0,30) em todas as tarifas. Foi extinta a “domingueira” (desconto de 50% aos domingos). Segundo a Prefeitura, até Março de 2015, já haviam sido entregues 250 novos veículos como parte do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).