sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Nota da Frente de Lutas pela Mobilidade Urbana na Grande ilha e outros movimentos sociais sobre audiência pública da licitação do sistema de transporte coletivo de São Luís





São Luís, 29 de janeiro de 2016


A Frente de Lutas pela Mobilidade Urbana na Grande ilha vem à público repudiar a maneira autoritária, truculenta e antidemocrática com que foi conduzida a audiência pública realizada no dia 20 de janeiro no auditório da FIEMA para supostamente “possibilitar a participação popular bem como para expor os critérios analíticos, técnicos e jurídicos do edital de licitação do sistema de transporte coletivo de São Luís”como noticiam alguns jornais que circulam na cidade.

 
Ao contrário do noticiado as regras propostas pela prefeitura estabeleciam que a participação do público se daria apenas formulando perguntas escritas que seriam selecionadas pela mesa diretora para serem lidas e respondidas pelos técnicos da Sistran. Tais regras estabeleciam também o direito da mesa diretora em cassar a palavra e retirar à força pessoas que supostamente estariam perturbando a audiência. Se não fosse a atuação militante e firme de várias lideranças populares presentes os direitos básicos de expressão da população teriam sido sumariamente cassados pela mesa diretora do simulacro de audiência presidida pela secretário de governo municipal srº Lula Filho. Somente após muita pressão foram garantidas as inscrições de 20 falas da sociedade civil e dos vereadores presentes. 

 
Repudiamos também a metodologia de condução da audiência que de maneira autoritária visa exatamente interditar o debate e a exposição dos graves problemas que enfrenta o sistema de transporte coletivo da cidade nos mesmos moldes do que já ocorrera por ocasião das audiências para supostamente alterar o Plano Diretor da cidade. O que se observa é que a prefeitura de São Luís realiza audiências públicas unicamente para cumprir requisitos formais exigidos em lei e não para de fato estabelecer diálogo democrático com a sociedade civil da cidade.

Reiteramos as posições externadas na audiência do dia 20:
  1. Que se aprove um calendário de audiências públicas nos bairros para que se discuta os problemas do sistema de transporte com quem se utiliza dele e não por um conjunto de assessores e funcionários comissionados da prefeitura.
  2. Que se faça uma ampla revisão da lei autorizativa da licitação, pela ausência de audiências públicas para discutir a mesma, por seus inúmeros erros formais e de conteúdo sobretudo por retirar prerrogativas do poder público e as atribuir unicamente aos empresários do sistema de transporte como por exemplo o valor da tarifa, a vulnerabilidade com os detentores de direito à gratuidade, como os idosos, e à meia-passagem como os estudantes.
  3. Instituição de um comitê popular de fiscalização da licitação.





Reiteramos que a Prefeitura de São Luís é a única culpada pela crise da mobilidade urbana na cidade e que a mesma encontra-se em flagrante desrespeito à Lei Federal Nº 12.587/12 que estabelece obrigatoriedade da execução de Plano de Mobilidade Urbana para municípios com mais de 20 mil habitantes plano este inexistente em São Luís.

Assinam esta nota

FRENTE DE LUTAS PELA MOBILIDADE URBANA NA GRANDE ILHA

GRUPO DE ESTUDOS DESENVOLVIMENTO, MODERNIDADE E MEIO AMBIENTE – GEDMA/UFMA

PROGRAMA DE ASSESORIA JURÍDICA UNIVERSITÁRIA POPULAR – PAJUP

GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS DAS FORMAS SOCIAIS – UFMA

COLETIVO PELO DIREITO À CIDADE

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE – PSOL/SÃO LUÍS

RAIZ – MOVIMENTO CIDADANISTA/MARANHÃO







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